Exportação: com crise ou sem crise, sempre uma alternativa de crescimento
Durante décadas, o Brasil esteve voltado ao mercado interno por uma série de razões: economia fechada à importação, políticas de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional, isolamento geográfico, cultura nacionalista, acordos comerciais limitados a poucos países, falta de incentivos e políticas estruturadas à exportação, entre outras.
Ao longo dos anos 90, com o avanço da tecnologia dos transportes e da comunicação, um forte acelerador do processo de globalização, as empresas brasileiras se viram diante do mercado externo, com suas grandes possibilidades, ameaças e desafios. O Brasil, fazendo parte da Organização Mundial do Comércio (OMC), desde 1995, assumiu o compromisso de fomentar e facilitar o livre comércio entre o nosso país e outras diversas nações. Dentre as importantes providências do governo estão a gestão de portais com informações de mercado, normas e procedimentos; a manutenção de sistemas informatizados para a gestão operacional dos processos de exportação e importação; a criação de agências de fomento e de promoção e políticas de isenção fiscal às empresas exportadoras, entre outras.
Com isso, o panorama pró-exportação está montado, embora algumas peças estejam ainda longe de serem as ideais, como a nossa precária infraestrutura logística. Não é só em momentos de crise do mercado interno, ou com o Real desvalorizado, que se deve pensar na alternativa de crescer via exportação. As empresas brasileiras já conhecem, pelo menos em nível teórico, as vantagens da internacionalização de sua marca, seja por exportação, seja por alianças estratégicas: diversificação de clientes, dispersão da receita em moeda forte, redução de riscos do mercado interno, ampliação de conhecimento por trocas de experiências; fortalecimento da marca, melhoria dos produtos e serviços com base em padrões de qualidade internacionais; isenção de impostos; financiamentos a juros externos competitivos, são alguns dos benefícios desta estratégia. E tais vantagens estão para todas as empresas, independente do porte. Micro, pequenas, médias e grandes empresas têm no mundo diversas oportunidades de negócios, entretanto, oportunidade não é tudo! É condição inerente que as empresas estejam preparadas para os desafios a serem superados. Não há espaço para amadorismo e aventura, se a empresa quer entrar e crescer no mercado internacional é preciso, portanto compromisso e gestão.
A gestão começa com o planejamento que permitirá identificar as condições dos potenciais países em que se pretende atuar, as características destes mercados, as necessidades de adaptação do produto, preço, promoção e canais de distribuição.
Se vivemos na era do compartilhamento, buscar apoio de quem já trilhou este caminho também ajuda. Seja por meio de uma equipe própria ou por meio de uma assessoria em comércio exterior, antes de qualquer ação, investir em pesquisa de mercado e conhecimento é o primeiro passo.
Por Profa Dra Marlise Alves Silva
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